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- W2890158032 abstract "Conforme as expectativas do governo federal a educacao integral tem como meta ser institucionalizada em mais de 50% das escolas da rede estadual e municipal no Brasil ate 2020. Nesta perspectiva o governo cria, atraves de politicas publicas, projetos e programas que venham atender e fomentar a ampliacao da permanencia da crianca na escola. O Programa Mais Educacao foi criado pela Portaria Interministerial no 17/2007, com o objetivo de aumentar a oferta educativa nas escolas publicas, ampliando o tempo do aluno na escola para sete horas diarias, por meio de atividades optativas, como: acompanhamento pedagogico; meio ambiente; esporte e lazer; direitos humanos; cultura e artes; cultura digital; prevencao e promocao da saude; educomunicacao; educacao cientifica; e educacao economica.A Educacao Integral, conforme a literatura nos aponta,vem sendo ha algum tempo um ideal presente nos discursos e debates que visam melhorar a qualidade do ensino. Segundo Teixeira (1997, p. 243)O sistema escolar [...] funcionara em dois turnos para cada crianca. [...] no primeiro turno a crianca recebera, em predio economico e adequado, o ensino propriamente dito; no segundo recebera, em um parque-escola aparelhado e desenvolvido, a sua educacao propriamente social, a educacao fisica, a educacao musical, a educacao sanitaria, a assistencia alimentar e o uso da leitura em bibliotecas infantis e juvenis.Esse ideal tem proximidades com algumas propostas do governo em relacao a sua implementacao nas escolas estaduais e municipais do pais,e esta centrada nas diferentes formas de aprender, como por exemplo, o Projeto Mais Educacao quetem como objetivo contribuir para a formacao integral de criancas, adolescentes e jovens, por meio da articulacao de acoes, de projetos e de programas do Governo Federal e suas atribuicoes as propostas, visoes e praticas curriculares das redes publicas de ensino e das escolas, alterando o ambiente escolar e ampliando a oferta de saberes, metodos, processos e conteudos educativos (MINISTERIO DA EDUCACAO, 2009, p.33).Se formos pensar a operacionalidade do Programa Mais Educacao, este, nos parece, se encontrar em constante desenvolvimento, sendo que cada escola tem suas particulareidades e estas precisam ser consideradas no processo. As experiencias que permeiam a adequacao do Programa nas escolas sao inumeras desde a sua criacao. Cada escola possui suas historias, dificuldades e superacoes, colocando os recursos disponiveis a favor do bem-estar e necessidades apresentadas pelas criancas; processo esse nada facil, pois seu sucesso esta diretamente ligado ao entendimento e aceitacao ‘do novo’.Com o intuito de compartilhar as experiencias resultantes do trabalho de implementacao do Programa Mais Educacao em uma escola do municipio de Ijui-RS, o objetivo desde texto e relatar como aconteceu esse processo, no que se refere a forma, as condicoes e ao metodo utilizado pela escola para melhor adequacao do mesmo em seu espaco, na perspectiva de atender as necessidades e anseios da comunidade escolar. Para isso vou utilizar de minhas memorias enquanto coordenadora pedagogica do programa na Escola Estadual de Ensino Fundamental Centenario, localizada no bairro Tancredo Neves, periferia da cidade de Ijui- RS, no periodo de agosto de 2011 a agosto de 2012. Vamos utilizar tambem alguns depoimentos de pessoas que participaram desta experiencia neste periodo, entre eles, funcionarios e a equipe diretiva da escola.A Escola Centenario foi fundada em 1990 e desde entao nunca desenvolveu um programa de ampliacao do tempo na escola como nos moldes do Mais Educacao. Sendo uma nova proposta, houve estranhamento por parte dos alunos, familiares e grupo de profissionais que participaram do processo. Foi justamente esse, o primeiro desafio que encontramos: olhar para o Programa como uma experiencia e estrategia de implementacao futura da educacao integral. A expectativa era de que teriamos muito trabalho, mas que os resultados seriam promissores, com a aceitacao e o esforco conjunto de todos. Passado esse estranhamento em relacao ao novo, iniciamos o estudo, a organizacao e a efetiva realizacaodo Programa . O gatilho inicial para as atividades foi a liberacao de verba diretamente ligada ao numero de alunos participantes, as oficinas escolhidas pela escola, assim como, a compra dos materiais necessarios para seu funcionamento. A proposta do Programa deixa claro a flexibilidade de cada escola em desenvolver as oficinas oferecidas dentro de sua realidade, levando em consideracao o desejo do aluno. Nesta etapa encontramos a nossa segunda dificuldade, pois tivemos que envolver e adequar cinco oficinas (numero exigido no regulamento do programa, atualmente sao seis) em uma escola de pequeno porte, onde tinhamos praticamente todas as salas ocupadas com aula regular, ja que o Programa acontecia em turno inverso. O caos se estabelecia nos dias de chuva, onde muitas vezes tinhamos que juntar os grupos de alunos para ter espaco coberto para todos, sendo que a escola nao tem quadra coberta, refeitorio, ginasio ou auditorio que pudesse ser utilizado em dias de mau tempo. O programa previa parcerias com a comunidade para a efetivacao das oficinas, contudo esta nao possui espacos disponiveis para isso. Adaptamos entao espacos como biblioteca, sala de informatica, saguao da escola, sala de artes, sala da direcao da escola para o funcionamento das oficinas.Na monitoria das oficinas o Programa abre espacos para profissionais da area da educacao e para o saber da comunidade, no que se refere as pessoas que, em sua trajetoria de vida, obtiveram algum tipo de conhecimento (seja na area do esporte, da musica ou da danca) e que possam adentrar no espaco da escola, colaborando com as diferentes formas de aprender. O trabalho de monitoria das oficinas era desenvolvido na forma de voluntariado, aspecto que trouxe limites: 1) apesar de haver uma ajuda de custo para alimentacao e deslocamento, o baixo valor desta ajuda de custo gerou uma grande rotatividade dos monitores, esses que abandonavam o Programa quando surgia melhores oportunidades; 2) por conta disso, os monitores geralmente eram jovens recem-formados no Ensino Medio ou de academicos dos Anos Iniciais de cursos superiores, sem conhecimentos e experiencias na area da educacao. Para minimizar essa problematica o acompanhamento pedagogico da escola foi essencial.No decorrer do ano tivemos a desistencia de criancas do Programa por varios motivos, apesar do esforco da escola em conscientizar as familias da importância da participacao da crianca e dos beneficios que o Programa poderia oferecer. A justificativa de muitos pais ao retirar seus filhos do Programa depois de um ou dois meses de participacao, foi baseada na falta de ajuda nos afazeres domesticos antes realizados pelas criancas e no cuidado com os irmaos mais novos – isso porque os pais, em sua maioria, trabalham fora, mas tem filhos que nao estao na idade escolar e estes sao assistidos pelos irmaos maiores que vao a escola no outro turno. Algumas criancas desistiram de participar por considerarem muito cansativo ter atividades pela manha e parte da tarde; outras que ja estavam inseridas em projetos, escolinhas, tiveram de optar qual frequentariam, posto que o Mais Educacao exigia a participacao nos cinco dias da semana. Tambem ha aquelas criancas que participavam de forma esporadica, conforme o interesse da familia, ou mesmo da crianca.No andar do processo percebemos melhorias na escola tendo em vista que a implementacao do Programa trouxe recursos financeiros importantes para a instituicao. Essas melhorias dizem respeito principalmente aos recursos tecnologicos e didaticos (livros, jogos e materiais esportivos), o que beneficiou o processo de ensino aprendizagem. A escola ainda aguarda a melhoria da sua infra-estrutura, no que tange aos espacos para as diversas atividades. Esses avancos possibilitaram maior proximidade com a comunidade escolar, tendo em vista o atendimento de muitas das necessidades e demandas. Ao inserir o Programa na escola, o Governo Federal tem objetivos que, muitas vezes, nao levam em conta as particularidades dos contextos. Os responsaveis pelas criancas, por sua vez, os levavam ao Programa por propositos direcionados as suas necessidades mutaveis por varias situacoes. Ao matricular uma crianca no Programa, a grande justificativa era no sentido de saber que elas estariam assistidas pela escola (alimentadas e orientadas educacionalmente) durante a jornada de trabalho dos seus responsaveis. Sendo assim fica claro dois principais motivos da participacao no Programa. No caso da nossa experiencia, o interesse pelas oportunidades de aprender dos participantes, para seus responsaveis, mostrou-se em segundo plano em relacao ao objetivo de facilitar o dia-a-dia das suas familias. Esse aspecto nos faz pensar sobre as diferencas entre as perspectivas‘do Programa’ e as perspectivas ‘das familias’.Desta forma, o Mais Educacao tem nos inspirado a pensar sobre a funcao social da escola; que deve se articular de forma local com parcerias entre publico e privado; que busca um conceito de educacao e de qualidade, partindo do pressuposto que entre os envolvidos tenham diferentes interesses e necessidades e que estas precisam ser aproximadas, onde os participantes sintam-se atores deste cenario, parte do processo. Acreditamos, que esta proposta chega as escolas como o “novo”, em forma de cartilhas, documentos, papeis sem vida, sem movimento. A escola e seu grupo de profissionais em conjunto com a comunidade, tem que transformar todo esse material inanimado em possibilidades de novas formas de aprendizagem. Nossa vivencia mostrou que a fase incial de implementacao possui obstaculos, mas e possivel, se todos os envolvidos estiverem a disposicao para esse novo trabalho." @default.
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